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Autor: Derval Dasilio

Goethe descrevia o Fausto (obra exemplar!), que vendia ao diabo (Mefistófeles) sua alma, pela fortuna e pelo poder.  Mefistófeles trava com Fausto um debate sobre como sobreviver, onde a acumulação do capital, dos bens, explora fundamentalmente a mente, e induz à  ganância, à excitação permanente em busca da felicidade do consumismo: "Entendamo-nos bem, não ponho a mira na posse do que o mundo apelida de gozos ou virtudes. As sensações todas da espécie humana em peso, quero-as dentro de mim; seus bens, seus males mais atrozes, mais íntimos, que se entranhem aqui onde minha mente e vontade são aplacadas. Assim me torno eu próprio a humanidade e, se por fim a perder, me perderei com ela".

A característica fundamental do que se apresenta para os jovens de nosso tempo refere-se à ganância, agora ensinada como virtude na sociedade hipermoderna. A vida e a alma estão situadas nas coisas. A alma do mundo é o dinheiro, e os bens acumulados. Sucesso é “ouro”, ser dono de tesouros e bens. Ser portador de “credicard” é ter passaporte para a felicidade do consumo. Portanto, a desumanização da vida está em alta, e em baixa o espírito, valores que sustentam o corpo, a partir do cultivo da misericórdia, da compaixão e da solidariedade. Derval Dasilio, filósofo e pastor presbiteriano, discute estes assuntos neste livro, apresentando alternativas para uma vida responsável com o outro e com a coletividade desesperançada tomada pela ganância.