Em Diário dos inícios procurei explorar, de forma criativa e inovadora, o universo humano, trazendo à claridade do sentir, aspirações e inquietações, notadamente no momento em que se vive tempos estranhos e doentios em que o perigo é sempre eminente onde quer que estejamos. Trabalhei os textos, [ou seriam ensaios?], com sentimento, força narrativa e imagética, permeando a poética do quotidiano, da metafísica – somos, circunstancial e consubstancialmente seres sociais. Abordo, direta ou subjetivamente, a gama das emoções e vicissitudes humanas, do simples ao profundo, do corriqueiro ao não óbvio, o decorrer inapreensível das horas registrando, através da escrita, a dialética da vida, a filosofia da existência e suas intricadas correlações, conjugando temas diversificados e plurais. Afinal, perante o caos e o cosmos, há que abnegar-se com alguma beleza e reflexão, sobretudo, esmiuçando novos desafios. Pela sua universalidade e abrangência, Diário dos inícios torna-se imprescindível. Apesar dos pesadelos há consciência e há luz. E, há a inevitável permissão à surpresa. (Tere Tavares)