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Neste livro, o poeta escolhe a relação eros-mundo apreendida por meio da linguagem. Do eros como acesso, como chave para o conhecimento das coisas (e o inevitável fracasso dessa empreitada, se ela não for compreendida como invenção). O poeta usa a máscara de Fedro, personagem do diálogo platônico de mesmo nome. Fedro, o retórico, não é muito inteligente, como a maioria dos poetas – eles sabem de outra forma. E é essa outra forma, do saber/sabor mais imediato, que é tentada nos poemas. Prosa, fotografias, filosofias, e também o cotidiano, “na língua errada do povo/ a língua certa do povo”, dos que pouco tem – tudo é válido na tentativa de produção e apreensão de sentido. A palavra lambe o mundo e deixa um gosto estranho na língua do poeta.